Cine Limpo
Ele Não Está Assim Tão Interessado (He’s Just Not That Into You)
Aquele gajo do Armageddon anda com a gaja do Friends há sete anos e chateiam-se porque ele não quer casar. Depois também há um Ralph Fiennes todo pintas que semi-engata a Scarlett Johansson no supermercado, mas não pode desenvolver o adultério para além da corriqueira paquera porque é casado com a mulher do Hulk, aquele do Ang Lee. Entretanto, aquele garoto que o Bruce Willis tem que proteger no Die Hard 4 é um gerente de bar sem escrúpulos por aí além, que, gradualmente, se vai tornando próximo duma moça ruiva, clinicamente desequilibrada, que era a mulher má do Johnny Cash naquele filme sobre o Johnny Cash. Finalmente, o irlandês pequenito do Entourage é um promotor imobiliário em ascensão e uma dos Anjos de Charlie tem um emprego qualquer que lhe dá espaço de manobra para passar a vida no Myspace. Depois há aqui histórias que se cruzam e até uma montagem sem qualificação ao som da única cantiga identificável dos Keane, mas que, curiosamente, chega e sobra para os querer ver torturados à frente das próprias mães.
O melhor de Ele não está assim tão interessado: Scarlett Johansson a ver as suas formas acentuadas pelos apalpões do Ralph Fiennes todo pintas.
O mais ou menos de Ele não está assim tão interessado: gosto dela, mas a mulher do Hulk está muito magra.
O pior de Ele não está assim tão interessado: o facto de ser um filme e não apenas um livro que eu nunca vou ler.
Classificação: 3/10
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Dupla Sedução (Duplicity)
Depois de, há duas semanas, ter visto o trailer, sujeitei todo o meu ser a estas mais de duas horas de película. Trata-se de uma obra onde um espião e uma espia unem esforços para ganhar uma pipa de massa, mas afinal o Tom Wilkinson estava a enganá-los a todos porque tem um Bonsai grandão na secretária e nota-se que é mais inteligente e ponderado. Ficámos todos muito admirados, uma vez que, afinal de contas, nem sabíamos perfeitamente que, quando ainda faltava muito para acabar e o filme já está a fingir que está tudo resolvido, ia haver um twist. O senhor realizador e argumentista achou ainda necessário explicar-nos a sua própria reviravolta com uns flashbacks porque, MEU DEUS!, é demasiado complexa e elaborada para um humano normal perceber. Haja sensibilidade e noção do ridículo.
O melhor de Dupla Sedução: não obstante tudo o que se diga, não é nenhum “Ele Não Está Assim Tão Interessado”.
O mais ou menos de Dupla Sedução: eram duas horas que, valha a verdade, eu ia passar a ver televisão.
O pior de Dupla Sedução: a cena do genérico inicial – uma luta em câmara lenta entre duas pessoas de fato -, que dá a entender que se trata de um mau filme de rir e depois é apenas um mau filme.
Classificação: 5/10
Crítico Cine Limpo
T.C.