Cine Limpo
X-Men Origens: Wolverine (X-Men Origins: Wolverine)
Wolverine era um garoto com febre em pleno Canadá do século XIX. Isto até ao dia em que um homem bêbado com barba à século XIX mata o seu pai com barba à século XIX num crime de natureza passional e Wolverine, com raiva incontida, vê saírem-lhe umas garras por entre os nós dos dedos e enfia-as com força no peito e arrabaldes do homem que acabara de matar o seu pai; que afinal não era seu pai, uma vez que o seu verdadeiro pai era o homem que ele acabara de matar com aquelas garras novas, o que, enfim, só mostra que a mãe era uma galdéria e quando se é galdéria acaba-se, inevitavelmente, com garotos a matar o homem com barba à século XIX que afinal eram o seu pai verdadeiro. Pouco depois, Wolverine e o bandido do seu irmão, e embora sejam canadianos, participam em todas as guerras em que os Estados Unidos já entraram – até ao Vietname, inclusive -, envergando ambos agora também uma barba à século XIX, isto até serem chamados para fazer parte duma força de elite composta por mutantes com super-poderes: um que é muito rápido com pistolas, outro que é muito rápido com espadas, outro que é muito forte, outro que faz subir elevadores até ao último andar, outro que é o gajo dos Black Eyed Peas, etc. Entretanto, chateiam-se todos no meio duma selva africana e o Wolverine vai trabalhar durante seis anos para uma serração nas montanhas canadianas, onde ganha 18500 dólares ao ano (quase 14 mil euros ao câmbio actual). A pacatez desta sua nova vida é interrompida pelos maus fígados do irmão, que só está bem a fazer ruindade, e Wolverine vê-se obrigado a metê-lo nos eixos, não sem antes correr todo nu desalmadamente até encontrar um celeiro e um casal de velhotes que o veste e alimenta, como é, de resto, habitual em idosos que encontram homens a correr pelados nas suas propriedades. Depois há uma luta numa ilha e os primeiros créditos são para enganar, que depois ainda há mais um bocadinho de filme.
O melhor de X-Men Origens: Wolverine: as barbas à século XIX.
O mais ou menos de X-Men Origens: Wolverine: entre tanta barba à século XIX, há que lamentar que nem uma delas seja um cavanhaque.
O pior de X-Men Origens: Wolverine: quando se quer usar um twist básico de dinâmica “ah, afinal a namorada dele não tinha nada morrido, era um truque para coiso”, convém não mostrá-la no trailer a liderar um porradão de mutantes a caminho da liberdade.
Classificação: 4/10
Crítico Cine Limpo
T.C.