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CENA

CENA

29
Mai09

Deixa-me Entrar

gana

 

 

Låt den rätte komma in


Ponto prévio para fazer notar que nunca se percebeu bem a razão para os vampiros terem tantos filmes e tanto culto à volta da sua imagem, ao passo que ninguém parece querer saber dos lobisomens; não se registando um filme decente destes indivíduos desde o “Lobijovem” - que, atenção, trata-se, inequivocamente, da melhor tradução de título alguma vez conseguida no espectro nacional da tradução de títulos de filmes. Além de não perceber a ostracização dos lobisomens, não me apresento como grande fã de filmes de vampiros – coloco a temática no lugar 77 do top 100 melhores temáticas cinematográficas, logo atrás de “filmes em que alguém afinal estava morto desde o princípio” e acima de “filme de helicópteros” -, tampouco como conhecedor profundo das criaturas em questão, mas acabo por ter que dar a mão à palmatória e louvar este filme a uma série de níveis. Portanto, Oskar, um rapaz solitário que, pelos vistos, é fã hardcore de Richard Clayderman, e que passa a vida a ser importunado por bullies, conhece Eli, uma pequena vampira que vive na Suécia, manifestamente um dos melhores países para se ser vampiro, sobretudo porque cheira-me que ao meio-dia já é quase de noite. Este filme lembrou-me que os vampiros não podem apanhar luz do sol, coisa que eu já não me lembrava bem, mas se pensasse com força até me lembrava sozinho. Luz das lâmpadas podem, não faz mal. Fiquei também a saber, graças a este filme, que os vampiros não entram em casa das pessoas sem serem convidados, o que, pese embora a questão discutível de se alimentarem de sangue humano, demonstra que são pessoas muito educadas. Cheira-me que seria gente para perceber na perfeição a dinâmica “deixar sair as pessoas antes de entrar” que tanta faltinha faz ao Metro de Lisboa, e isto desculparia de longe a parte de morderem pescoços, a meu ver. Outra coisa importante: os gatos não gostam mesmo nada de vampiros. Sei isto porque há uma cena em que um vampiro vai a casa de um homem que tem muitos gatos (não lhe deve chegar ser amplamente desprezado por um único, deve fazer questão em ser por muitos) e eles ficam todos assanhados e mordem-lhe. Não sei, contudo, qual é a posição dos gatos em relação a lobisomens. Devem ignorar, como fazem com 99,99% de tudo o que existe e acontece. Por fim, destaque para o facto de, apesar de terem vendido 600 milhões de discos, continua a parecer que não há uma única alma em toda a filmografia sueca que ouça ABBA.

 

O melhor de Deixa-me Entrar: os planos parece que são bons e a fotografia parece que é óptima. A vontade de comer neve é como deve ser sempre: agradavelmente considerável, sem nunca angustiar.

 

O mais ou menos de Deixa-me Entrar: cautela da grande! Não se pode fazer o truque “eh pá, vou só fechar um bocadinho os olhos, só mesmo um nadinha de nada, só para descansar a vista, e continuo a ouvir os diálogos, não perco nada, faço isto em quase todos os filmes”, que o filme é sueco e, quando damos por ela já o Saraband está no genérico final. Isto aconteceu-me com o Saraband e agora, neste filme de vampiros, não me lixaram.

 

O pior de Deixa-me Entrar: dar boa nota a este filme pode levar as pessoas a achar que aprecio outras bodegas com vampiros, nomeadamente a Buffy e aqueloutro filme que agora anda aí na moda entre pessoas sub-16 e sub-80, em termos de idade e Q.I., respectivamente.

Classificação: 7.5/10

 

Crítico Cine Limpo

T.C.

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