Jogo Limpo 2
O mundo futebolístico insiste em confirmar os meus prognósticos: Leixões, Benfica e Nacional confirmaram-se, de novo, como as três equipas mais fortes da Liga e mais que prováveis donos dos três primeiros lugares finais.
O Leixões de Mota, José, foi vencer a Vila do Conde, localidade comummente considerada pior que a Póvoa de Varzim por não possuir casino. Contudo, teria o Leixões vencido o Varzim? É capaz, a equipa de Matosinhos tem mostrado o estofo que eu previ desde a pré-época e, desta feita, foi o capitão Bruno China que selou o triunfo. China é alcunha, que o apelido a sério é Silva. Como aqui no "Jogo Limpo" não alinhamos em alcunhas de profundo teor racista, Bruno China passará a ser referido como Bruno Silva, que até foi o nome que seus pais lhe deram e merecem que o filho o use com orgulho. Questão que me aflige é o facto de nunca ter visto Bruno Silva festejar um golo, e ainda não foi desta que pude ver, porque o plano da RTP manteve-se no guarda-redes do Rio Ave, Paiva, furibundo, a chutar as redes laterais da sua própria baliza. Lance perigoso, que os pitons da chuteira podiam-se ter emaranhado na rede e Paiva podia ter caído para trás, desamparado, batendo com a cabeça. Mau exemplo para os mais novos, faixa etária fartinha de ter problemas com balizas. Senhor Paiva, mais tento nessas manifestações de desagrado, homem.
O Benfica manteve o segundo posto, fruto de uma vitória em Coimbra, sobre os estudantes. Marcando um golo em cada parte, o que demonstra uma acérrima noção distributiva, os homens da Luz fizeram descansar alguns jogadores para o encontro europeu da próxima quinta-feira, contra uma equipa (Olympiakos). Quique Flores foi esperto, que, assim, os seus jogadores vão demorar mais tempo a ficar cansados. A não ser que o treinador do Olympiakos também tenha sido esperto e tenha também poupado jogadores. Nesse caso, ninguém se vai cansar primeiro. De exaltar a acção do árbitro do Académica x Benfica, Pedro Proença, que, mostrando seis cartões amarelos, fez questão de dar três a cada equipa, não deixando nenhuma equipa mais triste nesse capítulo. Futebol é alegria, não vale a pena alguém ficar triste. Parabéns, Pedro Proença.
No terceiro posto, tempo ainda para o Clube Desportivo Nacional, simpática agremiação, este ano sob a batuta de Manuel Machado, uma pessoa claramente nascida em Guimarães, em meados da década de 50. Curiosamente, conheço uma história passada com um ex-jogador do clube madeirense, o Fernando Ávalos, mas, e uma vez que o futebolista em questão já não tem contrato com o Nacional, não posso contar. Seria pouco ético de minha parte. Na próxima jornada, o Nacional desloca-se a Braga, o que quer dizer que vai andar de avião. Há jogadores que gostam, há jogadores que não gostam. Pessoalmente, acho que a parte chata é ter que estar muito tempo antes no aeroporto – recomendam-nos duas horas antes, mas eu garanto que hora e quarenta e cinco chega bem -, que do resto gosto bastante. Sei, de fonte fidedigna, que o jogador nacionalista que mais aprecia andar de avião é o Bruno Amaro. Esperemos que seja convocado.
Voltarei para a semana, para analisar em detalhe as prestações dos três grandes favoritos da Liga Sagres: Leixões, Benfica e Nacional.